Primeiro modelo da marca é a sport-touring MST

A paixão mundial pelas duas rodas vem crescendo a cada ano. E, com o aumento da procura por motos de diferentes estilos, novas empresas e conceitos estão surgindo. Esse é o caso da Motus Motorcycles, uma marca estadunidense criada pelos empresários Lee Con e Brian Case, ex-designer da Confederate Motorcycles. Segundo a dupla, o principal objetivo é produzir motocicletas essencialmente americanas, equipadas com motor V4 e que mesclam desempenho realmente esportivo com conforto para longas viagens.

A história da Motus começa no ano de 2008, na cidade de Birmingham, no estado do Alabama. Naquele ano, iniciou-se o desenvolvimento da primeira motocicleta sport-touring americana equipada com um motor V4. No início de 2011, Con e Case rodaram por 250 cidades a bordo de dois protótipos para apresentá-los ao público. As máquinas desfilaram pelo Daytona Bike Week e também pelo circuito de Laguna Seca. Dois anos depois, em julho de 2013, a Motus Motorcycle voltou ao autódromo, durante a etapa do Mundial de Motovelocidade, dessa vez para apresentar oficialmente seus mais novos produtos. Nasceram, então, a Motus MST e a Motus MST-R.

                                                                                                      As duas versões da MST contam com um V4 transversal de 1.650 cm³

O motor
Produzido em parceria entre a Motus Motorcycle, Pratt & Miller Engineering e Katech Engines (duas das principais fabricantes de motores dos Estados Unidos), o propulsor V4 de 1.650cc com arrefecimento líquido, batizado de MST Baby Block Engine, tem duas configurações. A versão MST sai de fábrica com capacidade de gerar 160 cv de potência máxima a 7.400 rpm e 16,3 kgf.m de torque a 5.800 rpm. Já a versão “R” é um pouco mais agressiva e conta com 180 cv a 7.800 rpm e 16,3 kgf.m de torque a 6.600 rpm. Ou seja, uma motocicleta cujo design é voltado para viagens, com o desempenho de uma verdadeira esportiva, uma vez que esse propulsor é derivado dos motores V8 que equipam Corvettes de competição, produzidos pela Katech Engines.

“Além de fundadores da marca, somos motociclistas. Por isso quisemos que as motos MST oferecessem uma experiência inigualável dos 30 km/h até os 150 km/h, velocidade na qual rodamos quase sempre nas estradas”, disse Brian Case. Segundo ele, o foco foi disponibilizar um bom torque em baixos e médios regimes de rotação (entre 2.500 e 7.500 rpm) e compatíveis com o deslocamento urbano. O motor ainda conta com acelerador eletrônico “ride-by-wire”.

                                                                                      As malas laterais rígidas são itens de série nas duas versões

Ciclística

Fabricado no Texas, o propulsor é enviado para Birmingham e instalado em um chassi confeccionado, sob medida, em cromo-molibdênio. Segundo a fabricante, só o motor, construído em alumínio, pesa 63 kg. Quando equipado com a transmissão (com eixo de entrada transversal e seis velocidades), o conjunto todo passa a ter 102 kg e o peso total da motocicleta é de 226 kg em ordem de marcha.

Além da diferença de cavalaria entre as duas versões, existem outros pontos que as diferem. A MST vem equipada com suspensão dianteira invertida Öhlins NIX totalmente ajustável e traseira com amortecedor monochoque progressivo com ajuste na pré-carga de mola. As pinças do freio são Brembo fixadas de forma radial e as rodas de alumínio forjado da marca OZ. Já a versão “R” é um pouco mais sofisticada nesses pontos, apesar de contar com a mesma suspensão dianteira. Na parte traseira amortecedor monochoque TTX da Öhlins, com ajuste na pré-carga. A frenagem é feita por pinças monobloco Brembo M4 e as rodas são de fibra de carbono da marca BST. De resto, ambas partilham os mesmos itens, como malas laterais removíveis de série, parabrisa e guidão ajustáveis.

                                                                                     Tecnologia e motor potente são algumas características da MST

Esportividade com conforto
O painel de instrumentos que ambas carregam é totalmente digital, em tela de LCD. Completo, conta com tacômetro, velocímetro, hodômetro, indicador de marcha engatada e medidor de combustível, além de outras informações sobre o funcionamento do motor como posição do acelerador, temperatura do radiador e pressão do óleo. Todavia, o mais interessante de tudo isso é que conta com uma entrada USB para upload de dados. Há ainda acessórios, como top case, aquecedores de assento e manoplas e parabrisas maior ou menor.

O conceito de sport-touring com ênfase no lado esportivo foi priorizado em diversos pontos. Entre eles, está o desenho da carenagem e o conjunto formado pelo motor, chassi e suspensão. Segundo os criadores do projeto, a moto foi criada para ser uma devoradora de curvas em estradas sinuosas.

                                                                                    As motos foram apresentadas oficialmente em 2013, durante a etapa de Laguna Seca da MotoGP

Ao que parece, a Motus está confiante no sucesso de seu produto. A empresa já anunciou 16 distribuidoras “premium” entre as cidades de Seattle e Miami, e tem objetivo de adicionar mais lojas por todo o Estado da Califórnia ainda este ano. A Motus ainda oferece dois anos de garantia sem limite de quilometragem. Os dois modelos já estão disponíveis nos Estados Unidos sendo que a MST, “mais simples”, custa U$ 30.975 (R$ 71.250). Já o preço da versão R é um pouco maior em função de equipamentos mais requintados: U$ 36.975 (R$ 85.000).