Capacete, airbag, macacão... precisa gastar para se equipar para moto?




Equipamentos têm opções variadas, mas é preciso saber escolher (Foto: Rafael Miotto/G1)Equipamentos têm opções variadas, mas é preciso saber escolher 
Sua moto chegou, finalmente. Adeus aperto no ônibus, horas entalado no engarrafamento. A família está dividida: uns rezam, outros festejam. E entre estes aparece a bem intencionada turma do donativo: o capacete mofadão que era do tio "e está quase novo", diz ele, cheio de boa vontade. A jaqueta de couro ressecada, dura feito um bacalhau. "Tem história", afirma o cunhado tamanho P (e você é G). E o coturno dado pelo sogro que "é dos bons", jura ele, que o usou na Guerra do Paraguai...


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Capacete de R$ 50 ouNessa hora sorria, agradeça, mas esqueça. Foi-se o tempo que, para andar de moto, qualquer traje servia. A tecnologia galopou, há uma farta oferta de roupas  especificamente projetadas para motociclistas e a bússola dos fabricantes aponta para um só norte: o da segurança. Mas como diferenciar o fundamental do supérfluo? Veja dicas abaixo.
de R$ 5 mil?




Ele é o rei dos equipamentos.  A lei no Brasil não só obriga qualquer motociclista a utilizá-lo como estabelece um sistema de homologação, materializado no famoso "selinho" do Inmetro. Então, tendo o tal selo, tudo bem? Infelizmente não é assim. Há capacetes de R$ 50 e outros que custam 100 vezes este valor, todos com selinho. Muda o quê? Tudo, mas o mais importante diz respeito aos materiais utilizados.
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Capacetes são feitos de diferentes
materiais, o que altera o grau de proteção
Capacetes baratos geralmente são feitos de plástico injetado. Um degrau acima estão os de fibra de vidro e, no topo da pirâmide, os de materiais compósitos (fibra de carbono ou aramídicas, como o Kevlar).
É claro que a proteção que um capacete "top" oferece é maior, nem tanto quanto ao impacto que o equipamento deve absorver para preservar o que vai dentro dele, sua cabeça, mas muito por conforto, leveza, visibilidade oferecida, ventilação e durabilidade, entre outros itens.


Há capacetes decentes, confortáveis e seguros na faixa que vai de R$ 300 a R$ 900. Na escolha, a regra básica é experimentar e avaliar especialmente o conforto. Capacete não pode ser folgado: deve pressionar a cabeça de maneira uniforme e as maçãs do rosto de modo mais evidente. Com uma semana de uso a forração cederá um pouco e, como foi dito, a proteção depende de um bom ajuste à sua cabeça.
Outro aspecto importante é a viseira, que deve ser fácil de operar e, claro, quanto mais grossa, maior a segurança. Fundamental também é, no teste, afivelar a cinta jugular que JAMAIS pode ser incômoda, ficar folgada ou ser de difícil operação.
Faça o teste: vista o capacete e balance vigorosamente a cabeça. Se ele oscilar, está grande demais para você.

E as luvas de R$ 1.500?
Para a grande maioria dos motociclistas é um equipamento para dias mais frios. Grande erro: em qualquer tombinho, o instinto de proteção manda as mãos para o chão.

Luvas simples, de couro, ou pior ainda, as de pano, custam (e protegem) pouco. Melhor usá-las a não vestir nada. Mas, com cifras que vão dos R$ 130 até R$ 500, há luvas específicas para motociclistas que garantem ótima proteção.
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Prefira as luvas com protetores específicos para
motociclistas
Nelas, geralmente é usado couro associado a plástico injetado aplicado nas regiões com maior possibilidade de impacto e/ou abrasão em caso de acidente. No entanto, há luvas excelentes de material têxtil sintético que, além de mais apropriadas ao nosso clima, oferecem mais conforto.
Há luvas que custam até R$ 1.500, mas, atenção: esses são modelos que se destinam à pilotagem em pista. Lindos e superprotetores, eles são feitos para suportar as consequências de tombos a mais de 200 km/h. Pense bem: você precisa de tudo disso?
E, além do mais, são luvas difíceis de vestir e tirar; o uso no dia-a-dia não é com elas. Prefira ter dois pares de luvas medianas a uma "super-hiper-plus". Uma para uso urbano, leve, arejada, fácil de vestir e tirar. Outra mais parruda, estradeira, mas que seja confortável para uso por longos períodos.

Bota: cano alto e sem cadarço



A regra é calçado de cano alto, sempre. Mas o quão alto? O bom senso é seu guia, e o seu gosto também. Para o uso diário, basta que o tornozelo esteja coberto, mas é claro que, para viagens rodoviárias, botas de cano mais alto oferecem mais proteção.
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Botas precisam ser de cano alto, mas as que têm
cadarço são arriscadas porque podem enroscar
Como nas luvas, as botas específicas para motociclistas trazem protetores plásticos, resguardando as partes mais vulneráveis dos pés e preservando o calçado nos frequentes contatos com a alavanca de câmbio, pedaleiras, etc.


O sistema de fechamento é um ponto onde não há muita unanimidade: há botas com velcro e outras com zíper equivalentes. Fuja daquelas com o vulgar cadarço, que engancha nos lugares onde e quando não devia. Um perigo. Preços? Há botas partindo de R$ 250/R$ 300, mas as mais "profissas", seguras e duráveis, por conta dos materiais melhores, estão na faixa de R$ 600 a 900.

Jaquetas: vale olhar as mais top



A ideia é proteção do frio e chuva?  Bem mais do que isso: as jaquetas atualmente miram proteger cotovelos, antebraços e ombros de impactos, com as melhores tendo forros removíveis, adaptando-se a uso em climas diferentes de acordo com a época do ano.
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Jaqueta tem de possui protetores nos ombros,
cotovelos e coluna 
O material mais usual é a cordura, tecido resistente à abrasão e que permite desenhos variados: das chamadas 'parkas', mais compridas, às mais curtinhas, todas devem contar com reforços plásticos ou de material apropriado para absorver impacto em pontos estratégicos. Não tem proteção? Não é uma jaqueta séria.


A opção pela tecnologia mais evoluída pode significar um bom desconto na conta do pronto-socorro... Quanto valem as boas jaquetas técnicas dotadas de proteções? A partir dos R$ 350/R$ 400 há opções razoáveis, mas – acredite – tal equipamento merece uma análise nos modelos do "andar de cima".
As de mais qualidades partem dos R$ 1 mil e chegam, pasmem, perto dos R$ 4 mil ou mais. Algumas delas são equipadas com sistema de proteção pneumático, o popular "airbag", tema que merece comentário mais extenso. Sim, são caras, mas, aspectos estéticos à parte, as jaquetas topo de linha têm uma durabilidade e eficiência excepcionais.

Airbag funciona ou não?




kairus motosAirbag ainda é caro 
Atualmente no Brasil há jaquetas e coletes com tal aparato. Estes últimos são mais leves, e podem ser usados sobre roupas normais. O princípio de funcionamento é óbvio: câmaras da ar embutidas no traje se inflam assim que um "gatilho" – acionado por um gancho fixado por um cabo à alguma parte da moto – libera o gás sob alta pressão, que infla o airbag quando o tombo ou impacto faz o motociclista se separar do seu veículo.
O problema é que nem sempre em um acidente condutor e moto se separam, assim como o próprio tempo no qual o cabo leva para ficar tensionado pode ser maior do que a rapidez de intervenção necessária. Ou seja, o airbag (seja de colete ou jaqueta) pode não ser eficaz.


Porém, um fabricante desenvolveu um sistema mais eficiente que, em vez de um estirão mecânico para o acionamento do airbag, se vale de sensores que "leem" impactos e movimentações bruscas. Tais sensores são instalados em locais diferente da moto, e "conversam" com jaqueta ou colete via "wireless", diminuindo radicalmente o tempo de atuação do sistema. Ideal? Sim, mas o preço é proibitivo: na Europa o colete mais kit de sensores para a moto custa cerca de 2.300 euros (cerca de R$ 7 mil) e o colete, a metade disso. No Brasil não temos notícia de que exista no mercado, mesmo porque, com as salgadas taxas de importação que temos o valor seria absurdamente elevado.
kairusAirbag para motociclista 
Mesmo assim, a proteção desse airbag se limita às áreas específicas do tórax e pescoço, importantes, claro, mas não abrange braços e a parte mais vulnerável do corpo de um motociclista na maioria dos acidentes, as pernas.


Todavia, para quem deseje um colete com airbag de acionamento mecânico basta investir pouco acima dos R$ 1.000. Pelas jaquetas, o triplo disso. Mas, atenção: não há normativa nacional que ateste a eficácia destes sistemas, e assim, a melhor medida é optar por modelos de procedência europeia (os mais caros), e que atendem normas de homologação e certificação lá exigidas, ainda não estabelecidas pelos órgãos nacionais para tais equipamentos.


Calça ou joelheira?




A cordura é o material e, como nas jaquetas, proteções plásticas nos joelhos e parte inferior das pernas são padrão. Na região pélvica, a espuma de alta densidade é a encarregada da defesa dos quadris.
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Capacetes, luvas, jaqueta, calças, botas são
aconselháveis para a cidade e indispensáveis
para a estrada 
Todavia, a compra de uma calça específica deve mirar mais um uso rodoviário. Para uso urbano, no dia a dia, a proteção dos membros inferiores pode ocorrer com joelheiras a serem usadas sobre qualquer tipo de calça. Estranho? Certamente, mas efetivo.
Calças de cordura com proteções embutidas custam de R$ 400 até R$ 800, enquanto as mais simples joelheiras/caneleiras partem de R$ 200, chegando a R$ 350 para modelos mais sofisticados. Há também as calças de couro, com proteções, que fazem par com jaquetas do mesmo material. Preços variam entre R$ 2.500 e R$ 4 mil para o conjunto, ou seja, um macacão de duas peças.


Capa, macacão, protetor
de coluna, cinta... precisa?




Protetores de coluna são importantes, sobretudo em uso rodoviário, e geralmente são associados às cintas abdominais. Preço? Os melhores custam perto dos R$ 900, os mais básicos, a metade disso.
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Joelheira para colocar por cima da calça pode ser 
alternativa na cidade 
Estar seco é outro ponto importante: mesmo nas estações mais quentes do ano, uma chuva imprevista pode fazer você tiritar de frio e, consequentemente, ter reações mais lentas. Por menos de R$ 50 capas de chuva de nylon básicas quebram o galho, mas há modelos de até R$ 350 que conciliam maior conforto com design e durabilidade.


No final das contas, o importante é dar prioridade a equipamentos que conciliem qualidade, conforto, estejam ao alcance de suas possibilidades financeiras e sejam coerentes com a moto que você vai conduzir.
Um macacão de couro igual ao do Valentino Rossi é certamente atraente, extremamente protetivo, mas não há lógica em usá-lo para um trajeto urbano no lombo de uma 125cc cilindradas, certo?


Priorize o bom senso e escolha aquilo que você vai efetivamente usar de modo rotineiro. Melhor ter poucos equipamentos de qualidade razoável e usá-los diariamente do que ter uma tonelada deles guardados no armário. Incorporar ao ato de montar na motocicleta o necessário ritual de se trajar adequadamente é o que faz um motociclista envelhecer, inteirinho...

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